Produção e Treinamentos
Um grande fantasma que assola os jovens contemporâneos é a grande confusão e indecisão na hora de definir o curso superior em que pretende se formar, e consequentemente a base profissional que vai atuar em sua vida. A pressão social é muito grande neste sentido, tanto dos familiares quanto dos amigos, pois agora não é mais aquela questão infantil sobre “o que serei quando crescer”, mas sim, uma real definição sobre qual profissão será possível abraçar, que na maioria das vezes, está muito longe do que se sonhou quando criança.
São muitos caminhos que se apresentam e muitas opções, afinal, atualmente existem mais de 150 cursos superiores, além de fatores que devem ser levados em consideração em sua decisão, como as oportunidades de mercado, as áreas com maior demanda, o nível de reconhecimento da profissão na sociedade, ou ainda, a profissão que “fala mais alto” em seu coração. Afinal, é comum se ouvir dos profissionais de sucesso, independente da área, que o seu segredo é verdadeiramente amar o que faz.
Por isso é muito natural que surja o medo de se fazer a escolha errada, especialmente porque, para maioria dos jovens, trata-se da primeira grande decisão de risco, que influenciará toda a sua vida. E mesmo depois de fazer essa tão difícil escolha, esses mesmos jovens são apresentados à outra dúvida quase tão relevante quanto à primeira: Em qual instituição irei cursar?
É fundamental que as instituições de ensino considerem que o jovem contemporâneo não se deixa influenciar pela mídia de massa, como resultado dessa grande revolução na comunicação que estamos vivenciando. Ou seja, campanhas milionárias utilizando mídias de massa não vão pesar na decisão deste jovem, que tem a sua disposição diversas ferramentas de pesquisa, além de milhares de opiniões de outros “consumidores”, que para ele, é muito mais relevante do que um anúncio na TV ou em um outdoor. Ao ver a publicidade em um veículo de massa, será natural que buscas sejam realizadas na internet, visando complementar as informações necessárias para a sua avaliação. E as perguntas que toda instituição deve se fazer é: O que ele vai encontrar? Que imagem a minha instituição está passando para o público que pesquisa sobre ela na internet? De uma instituição antenada e moderna? Ou de uma instituição desatualizada e retrógrada, que ignora as tendências?
Como profissional da área de marketing e comunicação digital, vejo muito frequentemente instituições, em especial as de menor porte, reclamarem da dificuldade de atraírem alunos com o recente aumento da concorrência, em especial de cursos à distância, que vem ganhando cada vez mais espaço. Mas, quando analiso o trabalho de comunicação via internet que essas instituições aplicam, fica claro o despreparo para compreender os anseios dessas novas gerações, e de se adequar a elas, e neste caso, será normal perder em uma concorrência direta com aqueles que levam muito a sério esse tipo de comunicação. Por incrível que pareça, não é raro encontrar sites de instituições de ensino extremamente amadores e desprovidos de informações importantes para o usuário que está visitando.
Dessa maneira, é fundamental para as instituições ainda desalinhadas a esta irreversível realidade, que procurem rever as suas estratégias de comunicação com o seu público alvo, e estejam bem conscientes sobre o que ele está encontrando ao buscar sobre a mesma, em sites de busca, redes sociais e outros canais digitais. É importante que a instituição se pergunte se a sua estratégia de comunicação e publicidade está criando um “campo de empatia” com essa geração, ou se ao contrário disso, está se distanciando cada vez mais desse novo perfil de consumidor.
Ainda existe uma grande resistência na utilização das mídias digitais em campanhas publicitárias, que muitas vezes acontece não pela dúvida sobre o potencial desse tipo de mídia, que em geral são mais baratas e eficientes, mas principalmente pelo medo do desconhecido. Porém, é importantíssimo para os gestores que ainda apresentam essa dificuldade, lembrarem que o sucesso em qualquer área, depende muito mais da capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças, do que da capacidade de tentar evita-las.