Ao longo da história da humanidade o conhecimento sempre foi tão precioso quanto o ouro, porém ainda mais raro e de difícil acesso. Esses tesouros intelectuais ficavam restritos às comunidades de eruditos, estudiosos e das classes dominantes, tendo as informações registradas de maneira precária e frágil, inviabilizando mais ainda a sua transmissão para a grande população e para as futuras gerações. Dessa maneira, era muito complicado para uma única pessoa, ter acesso a diferentes disciplinas como: agricultura, pecuária, escrita, astronomia e etc.
Alguns dos fatores que contribuíam para este fato no passado, era a dificuldade de locomoção e comunicação entre regiões e comunidades. Era muito comum uma pessoa viver toda a sua existência em uma mesma região, sem ter acesso a outras culturas. Além destes, outro fator que limitava o acesso ao conhecimento, estava ligado a estratégias de domínio e conquista, sendo vários os casos em que governantes e conquistadores limitavam o acesso da maior parte da população às informações disponíveis, quando não, promovendo queimas de pergaminhos e livros em grande quantidade.
Por incrível que pareça, quando falamos do mundo moderno, a partir do século XIX, não tivemos grandes avanços neste sentido. E mesmo com a modernização das instituições de ensino e da comunicação de massa, o acesso ao conhecimento, especialmente o multidisciplinar, continuava sendo uma missão bem difícil para a maior parte da população. Além da influencia social, que induzia a escolha de uma especialidade ou área do mercado, que deveria ser abraçada como profissão, os meios individuais de comunicação ainda eram bem limitados e de difícil acesso, complicando ainda mais o compartilhamento do conhecimento.
E esta tão relevante dificuldade persistiu firmemente até as portas do século XXI, quando surgiu uma tecnologia que mudaria isso contundentemente, a internet. Mudanças promovidas principalmente pela ampla capacidade de interatividade desta ferramenta, levando a comunicação individual a outros níveis. A internet viabilizou que qualquer pessoa conectada possa compartilhar mais facilmente conhecimentos e opiniões de muitas maneiras diferentes, tendo acesso pela primeira vez na história ao que ficou conhecido como multimídia. Ou seja, conteúdos e informações com a possibilidade de serem acessadas via texto, vídeo e áudio, para um número crescente de pessoas conectadas.
Seguindo o fluxo dessa revolução no compartilhamento de conhecimento, a educação à distância, especialmente a aplicada via internet (e-learning), ganha grande força e popularidade, facilitando o acesso à educação em regiões que antes era impossível, e produzindo softwares educacionais cada vez mais preparados para essa nova forma de ensinar e aprender. Atualmente é possível para qualquer pessoa que domine um determinado conhecimento ou disciplina, compartilhar facilmente com outras pessoas por intermédio de soluções gratuitas disponíveis na internet. Além disso, essa tendência tem gerado movimentos educacionais que vem ganhando cada vez mais força, como o caso do REA (Recursos Educacionais Abertos), o OCW (Open Course Ware), e agora mais recentemente o MOOC (Massive Open Online Course).
Vivemos atualmente a era do compartilhamento de conhecimento e da democratização da educação, e todos somos grandes privilegiados em termos a disposição um amplo acesso a informação, em um volume sem precedentes na história da nossa humanidade. Nos dias de hoje, qualquer adolescente conectado a internet tem a sua disposição muito mais conhecimento do que o maior dos sábios teria a 50 anos atrás, e tem todas as possibilidades de se tornar multidisciplinar e extremamente atualizado, em um mercado que valoriza cada vez mais, profissionais com essas características.
Por este motivo é fundamental que educadores e especialmente as instituições de ensino estejam muito atentas a este tipo de movimento, para que seja possível uma adequação em meio a essa acelerada e irreversível tendência, alinhando as suas estratégias com as novas características que o mercado vem assumindo.
