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O docente moderno necessita pensar mais amplamente além do contexto escolar e pensar no aluno interagido em sua sociedade e sua cultura, trazer a realidade e experiências de vida que o aluno têm para o âmbito escolar, assim tornando mais produtivo o ato de possibilitar o aprendizado, pois (…) ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. (Freire, 2010, p.47).

Em uma primeira olhada neste tema, pode-se imaginar que vou falar de algum tipo de professor high tech, dotado de muita tecnologia e conhecimento do mundo digital. Porém, quando uso a definição “Professor 3.0”, o que quero dizer que se trata de um professor que esteja alinhado às características deste novo setor educacional que se configura, e com este novo perfil de aluno.

É claro que também está relacionado ao uso de tecnologia para esta finalidade, mas é notório que essa qualificação torna-se cada vez mais imperativa. Não é mais possível o ato de ensinar apenas dando aula com o que foi aprendido na graduação, ou achar que a tecnologia é coisa apenas para especialistas.

Para que seja possível para um professor promover a construção do conhecimento para esta nova geração de alunos (Geração Z), é fundamental assumir o desafio do auto-desenvolvimento contínuo.

Este é um tema que vem sido discutido há alguns anos, sobre o perfil ideal do professor do século 21, Em 2008, a consultoria norte americana McKinsey, elaborou um estudo compilando o que as instituições com melhor desempenho educacional pelo planeta, vem fazem para atingir a excelência. E uma dos principais elementos conclusivos para este sucesso na qualidade educacional foi apontado como selecionar os melhores professores disponíveis.

Ou seja, mesmo quando falamos sobre educação no século 21, onde a tecnologia está (ou deveria estar) bem presente, o professor continua sendo um dos pilares principais do sistema educacional. Porém, o ponto que precisa ser levado em consideração é se esse professor está qualificado para este novo setor educacional que se configura.

O perfil deste “professor moderno” é um assunto que vem sendo muito discutido por especialistas, no cenário nacional e internacional.

Baseado na minha experiência e estudos, corroborada por outros especialistas da área, acredito que em alguns anos, um professor que não for dotado dessas características que apresentarei, pode ter sérios problemas para manter a sua qualificação profissional e empregabilidade.

 

1 – Funcionar como um facilitador/tutor

Se antes o professor tinha a principal função de transmitir o conhecimento aos alunos, neste mundo conectado ao conhecimento que estamos vivendo, o seu papel está mudando acentuadamente.

Levando em consideração todo esse acesso ao conhecimento, e novas características do estudante moderno, é possível concluir que o professor passa a assumir um novo papel dentro do processo de aquisição de conhecimento, que é o de funcionar como um mediador para que o aluno construa o seu conhecimento, selecionando as melhores fontes e otimizando o seu caminho; E como um tutor, que esclarece dúvidas, contextualiza o conteúdo com a realidade vivida pelo aluno, e orienta no processo de transformação da informação em conhecimento.

 

2 – Presença digital

Uma das características básicas de um bom “professor 3.0” é a interação de qualidade com o seu aluno, visando conhecer melhor o seu perfil, que envolve características, preferências e expectativas próprias.

Entenda que, conhecer melhor os alunos e determinar os perfis individualmente fica muito mais fácil nas redes sociais. E, além disso, para que seja possível estabelecer o “rapport” com o seu aluno, é fundamental que exista essa presença digital.

“Rapport” é um conceito baseado na psicologia que se refere a uma ligação entre duas pessoas, que ocorre a partir de uma sensação de sintonia, simpatia ou identificação de alguns pontos.

Ou seja, sem presença digital fica muito mais complicado estabelecer esse “rapport” com o aluno, e de conhecer suas características, tão importantes para que o ato de lecionar possa acontecer de forma eficaz.

Um bom começo para se estabelecer “presença digital” é a participação em redes sociais, que no caso, não precisa ser necessariamente a nível pessoal. É natural que um indivíduo queira manter o seu perfil particular nas redes sociais, porém é possível a criação de páginas profissionais para este tipo de relacionamento.

Na minha avaliação existem 4 redes sociais (básicas) em que é importante um professor ter o seu perfil organizado e atualizado, sendo elas:

  • Facebook (Fanpage – Página profissional);
  • LinkedIn;
  • Twitter;
  • Google +.
 

3 – Capacidade de comunicação digital com o seu público

Este tópico está diretamente ligado ao anterior, servindo como um complemento. Porque, para se estabelecer uma presença digital interessante, é fundamental que a comunicação também possa acontecer por esses meios.

É importante considerar que, especialmente os alunos da “geração Z”, estão habituados que seus relacionamentos transcendam a esfera presencial para o mundo digital (onde se sente mais à vontade), e as suas expectativas é que a relação com os seus professores também funcione dessa maneira.

Existem muitas ferramentas, que apresentam maneiras diferentes de se comunicar, porém, as que considero mais interessantes para os professores são:

  • Redes sociais;
  • e-Mail e comunicações via chat;
  • Fóruns sobre assuntos relacionados.

Este tópico também está ligado com o próximo, porque, quando me refiro a comunicação com o seu “público” pelos meios digitais, não estou sugerindo um bate papo informal (apesar de também ter o potencial de ser interessante), mas estou focando mais em interações e produção de conteúdos que possam complementar, reforçar e auxiliar na construção do conhecimento.

 

4 – Criação de conteúdos próprios: Blogs, sites, e-books, fóruns

Uma ação que tem muito peso junto ao “aluno 3.0” é a produção de algum tipo de conteúdo, independente da finalidade, área ou formato que é apresentado.

Existem muitos professores que ganham grande popularidade e reputação junto ao público, contribuindo com orientações e conteúdos interessantes, seja com blogs, vídeos, e-books ou simples artigos, conseguindo gerar um bom raport com o seu “público”(Entenda como todos os internautas que se interessem pelos seus conteúdos).

Além disso, o seu trabalho fica em destaque na “vitrine” chamada Google, pois o conteúdo ajuda na indexação e reputação do site, e isso certamente valoriza muito o seu currículo no atual mercado conectado.

É interessante destacar que não existe a necessidade de ser algo tão elaborado (apesar de ser melhor que seja), porque atualmente existem muitas ferramentas gratuitas que viabilizam a utilização das mídias digitais, como a criação de blog, postagem de artigos em redes sociais, ou de transmissão pelo Youtube. Esses são apenas alguns exemplos, mas a internet reserva muitas possibilidades para esta finalidade. Mais para frente vou citar exemplos e sugerir ferramentas.

 

5 – Facilidade para utilização do e-Learning

Esclarecendo sobre o e-Learning: Como o termo e-Learning é muito associado a tecnologia, muitas pessoas entendem que a sua definição se resume a isso. Porém, é importante esclarecer que, e-Learning acima de tudo é um conceito, que em sua raiz representa o ato de aprender alguma coisa pelos meios digitais, independente da ferramenta aplicada para isso.

É claro que existem níveis diferentes de qualidade na aplicação do e-Leaning, que estão ligados a tecnologia e didática aplicada, porém, de fato, uma simples situação em que um professor se proponha a utilizar os meios digitais para transmitir conhecimento, e promover a aprendizagem do seu aluno, é e-Learning em sua essência.

Porém, quando falamos sobre familiaridade com o e-Learning, também deve ser considerada a habilidade para utilizar sistemas voltados para este método – LMS (Leaning Management System). Em outras palavras, é importante que o professor conheça as principais ferramentas de e-Learning utilizadas na atualidade, e que tenha condições de utilizá-las (como usuário).

De acordo com pesquisas recentes feitas pelo http://elearninginfographics.com/, até 2019 o e-Leaning estará muito mais presente, incluindo nos cursos tradicionais. Mesmo considerando que é uma previsão para instituições pelo mundo todo, esta realidade não tardará para acontecer aqui no Brasil. E visando atender as demandas de utilização dessas ferramentas, essas habilidades também precisam ser desenvolvidas.

Com o objetivo de potencializar essas habilidades relacionadas a utilização do e-Learning, vou listar 10 tipos de ferramentas práticas online em português.

 

Ferramentas e aplicativos digitais no processo de ensino e aprendizagem

A internet está repleta de ferramentas interessantes para professores, que facilitam muito a formulação de apresentações, e mediação conteúdos pelos meios digitais. É apenas uma questão de saber quais são e como utilizá-las. Então visando este objetivo, vou apresentar 10 ferramentas bem relevantes e fáceis de utilizar:

1 – Criação de blogs e sites

2 – Edição de vídeos

3 – Apresentação de slides e outras mídia online

4 – Criação de fóruns

5 – Salas de aula online

6 – Transferência e disponibilização de conteúdos

7 – Transmissão de vídeos ao vivo

8 – Gestão das redes sociais

9 – Criação e publicação de e-book´s

10 – Criação de mapas mentais

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