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Para as pessoas sem deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis.
Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis.

(RADABAUGH, 1993)

Um dos principais objetivos da tecnologia é tornar as coisas mais fáceis e até possíveis na vida das pessoas e isso inclui também as pessoas com necessidades especiais. Nesse contexto, as boas práticas das tecnologias assumem a função de Tecnologia Assistiva (TA), cujas ferramentas são imprescindíveis para promover maior participação em atividades que envolvem trabalho, estudo e lazer, além de tornar possível o acesso a uma liberdade que até então não passava de sonhos.

Quando se fala em avanço tecnológico, é importante pensar em inclusão social. De acordo com o IBGE, mais de 45 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de deficiência, desta forma, a TA, além de proporcionar recursos e serviços que contribuem para a inclusão para pessoas com deficiência, incentiva ainda mais as ações de responsabilidade social, facilitando a vida da população em geral. Além disso, tanto a acessibilidade quanto os recursos e serviços de TA são direitos adquiridos pelo cidadão, garantidos pela legislação brasileira desde 2004.

É importante lembrar que a acessibilidade tecnológica é uma ação ESG, em seu princípio S (Social), o qual abarca ações que evidenciam a preocupação com a comunidade em geral e com o bem-estar de todos, tais como: a promoção da inclusão, diversidade e acessibilidade (tanto física como digital) e contribuição com a comunidade em seu entorno. Portanto, as boas práticas de TA são vistas e apoiadas como ações de responsabilidade social.

Atualmente as ferramentas de TA vêm trazendo inovações e benefícios para pessoas com deficiências auditiva, visual, motora e cognitiva. Vejamos alguns exemplos: 

Auditiva – inclui sistemas de transmissão instantânea, despertador vibratório, closed caption, campainha com alerta de luz, aplicativos de comunicação em Libras, sistemas de amplificação pessoal, hearing loop

Visual – oferece recursos como: teclado em braille, software de leitura de tela, ferramentas de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR), fontes de texto grandes, dispositivos vestíveis de orientação, aplicativos de ampliação de tela.

Motora – nesse grupo incluem-se as conhecidas cadeira de rodas, cadeiras elétricas, elevadores, alças de lápis adaptadas, esteiras elétricas, sistemas de reconhecimento de voz para desbloqueios de dispositivos e conteúdo, dispensador de sabão automático.

Cognitiva – abarca sistemas de lembretes e anotações, livros em áudio, auxiliares de memória, softwares de conversão de texto em fala para apoiar o aprendizado, sistemas de reconhecimento de rostos.

Na área da educação, a utilização de ferramentas de TA é fundamental para possibilitar o processo de aprendizagem, otimizando recursos e ampliando potencialidades funcionais de cada aluno com deficiência, a fim de promover independência e inclusão.

Algumas instituições de ensino já são modelo no uso e na aplicação da TA, como é o caso da Unigranrio que, através do seu Núcleo de Práticas Inclusivas (NuPI), promove o atendimento individualizado aos estudantes com necessidades educacionais especiais. Em 2021, alunos dessa IES criaram um aplicativo multifuncional para deficientes visuais ou com baixa visão que possibilita, por exemplo, digitar texto e transformar texto de uma página em texto aberto por comando de vozAlém disso, um intérprete de LIBRAS é sempre designado para a tradução simultânea das aulas e demais atividades acadêmicas.

Desde 2004 a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) conta com uma comissão permanente de acessibilidade para propor e consolidar ações desenvolvidas pela comunidade universitária, além de apoiar todas as atividades voltadas para pessoas com necessidades especiais na Universidade. Em 2016 a IES, através do seu Núcleo de Acessibilidade e Usabilidade (NAU), ganhou o Prêmio Nacional de Acessibilidade “Todos na Web”.

É visível a importância da utilização de ferramentas da TA na educação, sendo estas fundamentais para o acesso ao aprendizado, otimizando recursos e potencializando habilidades. Contudo, muito ainda deve ser feito a fim de unir oportunidade com possibilidade. As facilidades que estes recursos possibilitam vão de encontro, na mesma medida, às barreiras a serem vencidas, por exemplo no que tange ao aprendizado remoto, pois se o aluno não tiver acesso à internet a sua usabilidade é muito limitada, não permitindo interação entre alunos e professores em tempo real.

No entanto, para que sejam realmente efetivos, as limitações dos recursos da TA devem ser dirimidas, com a intenção de abrir maior espaço às possibilidades e promover mais ações e políticas públicas, além de possibilitar práticas de incentivo cada vez maiores a ações de responsabilidade social.

Quer saber mais sobre as ferramentas de TA para IES? Clique no link:

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