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Atualmente é muito comum a utilização das expressões “internet 2.0″, “internet 3.0″ e todas as suas variações, como: web 3.0; usuário 3.0; aluno 3.0; consumidor 3.0; site 3.0 e etc.

São expressões muito populares que estão presentes em diversas estratégias de marketing e campanhas publicitárias, porém, são claramente mal compreendidas pela maior parte dos usuários, trazendo muita confusão no seu entendimento.

Diferente do que a maioria do público entende, não se trata de nenhuma evolução na tecnologia aplicada na “grande rede”, nem uma atualização nas especificações técnicas, pois na verdade, muitos dos componentes tecnológicos que são atualmente utilizados foram desenvolvidos antes mesmo do surgimento da internet.

Mas se não tem muito a ver com tecnologia, o que exatamente é a internet 2.0 e 3.0? Qual a diferença entre elas?

As classificações 1.0, 2.0 e 3.0 estão diretamente relacionadas a maneira como a internet é utilizada, tanto pelas empresas, como pelos usuários. Ou seja, a diferença entre elas define mudanças acentuadas no comportamento do mercado e do público em relação a “grande rede”.

Para ficar mais claro, vamos detalhar as características de cada uma delas.

Internet 1.0

Período em que a internet ainda estava se popularizando, aproximadamente entre os anos de 1998 a 2003, quando o número de usuários ainda era inexpressivo.

Podemos definir a “internet 1.0″ com apenas uma expressão: baixa interatividade

Ou seja, empresas utilizavam a internet como uma televisão, apenas publicando conteúdos e informações de seu universo, ou notícias, sem se preocupar muito com a opinião do usuário, que por sua vez, se comportava como um espectador passivo, sem poder contar com canais adequados de interação.

Durante este período, era muito comum ver que sites de grandes empresas ainda apresentavam a mensagem “em construção”. As maiores interações disponíveis eram os e-mails, tendo como mais popular no Brasil a BOL , e o chat on-line MSN, porém ainda pouco utilizados e difundidos. Os sites de busca ainda utilizavam motores simplistas, que não ajudavam muito na navegação pela web, quando os mais populares eram o Geocities, Altavista, Cadê, Yahoo! e, aquele que se tornaria um gigante nesta área, o Google.

Internet 2.0

Com o crescente número de usuários utilizando a web, foi muito natural que suas necessidades influenciassem diretamente a maneira como as empresas utilizariam seus recursos e ferramentas. Essas mudanças nas estratégias e comportamento fizeram surgir uma nova realidade na internet, cuja principal característica é a alta interatividade, que foi classificada como “internet 2.0″.

Esse termo se popularizou à partir de 2004, marcando uma nova fase em que o internauta havia se conscientizado do poder de criação, interação e formação de opinião que a web lhe proporcionava, e com isso, não se comportaria mais como um espectador passivo diante de uma marca, empresa ou instituição. Pelo contrário, a “internet 2.0″ é marcada principalmente pela participação direta do internauta como um gerador de conteúdos, que popularizou ferramentas e serviços como os blogs, chats online, sites para publicação de vídeos, redes sociais e wikis. A partir deste fenômeno social surgiram expressões como: “Consumidor 2.0″, “Aluno 2.0″ dentre outras. (Veja o artigo: Perfil e comportamento do aluno 3.0)

Além disso, houve uma grande evolução nos mecanismos de busca, liderada pelo Google, que se tornaram mais inteligentes, aumentado a organização das informações, facilitando para o usuário compreender a “grande rede” e encontrar o que deseja.

Esta mudança no comportamento, nas necessidades e no nível de exigência do internauta motivou a criação de ferramentas como: Youtube, Orkut, Facebook, Flickr, Wikipédia, Picasa, Twitter e muitas outras que apresentam como principais características a participação direta do usuário e amplos canais de interação.

Internet 3.0

O movimento criado à partir da ampla interação nas mídias digitais gerou em poucos anos uma quantidade absurda de informações sobre o próprio usuário/consumidor, que tratam-se de patrimônios valiosos do ponto de vista do marketing e das estratégias de negócios nos mais variados setores.

A “internet 3.0″ se caracteriza principalmente pela organização dessas informações sobre o próprio usuário/consumidor, especialmente para que as máquinas possam compreender melhor as tendências e otimizar as experiências deste usuário na web. Ou seja, os sistemas se mostram mais preparados para entender melhor o que o usuário deseja e para ajudá-lo com mais eficiência.

Por exemplo: Atualmente, se o usuário faz uma busca no Google procurando por “tablets”, começará a ser exibido para ele, nos sites que frequenta, peças publicitárias para venda de tablets. Ou seja, o sistema compreendeu que aquele usuário está interessado na compra de um tablet e utiliza esta informação para oferecer aos fornecedores de tablets uma publicidade com alto índice de aproveitamento. Afinal, o seu anúncio será exibido para quem está provavelmente querendo comprar um tablet.

Além disso, atualmente todas as informações que são disponibilizadas nas redes sociais, como, preferências, locais onde trabalhou/estudou, livros que leu, filmes que assistiu, viagens que fez, rede de amigos, nível de reputação, dentre outros dados, são diretamente utilizadas nas estratégias publicitárias e na otimização das ferramentas utilizadas pelo usuário.

Trata-se de uma internet cada vez mais próxima de uma inteligência artificial, que conhece à fundo o seu público, e com isso, tem mais possibilidades de prever tendências e traçar estratégias de ação.

Outra característica que marca a internet 3.0 é o aumento no tempo de conexão por parte dos usuários, que subiu radicalmente a partir da popularização de plataformas móveis, como smartphones e tablets. Ou seja, o consumidor está cada vez mais conectado à “grande rede”, desenvolvendo atividades diversas, nas muitas áreas da sua vida.

Conclusão

Para uma empresa ou instituição, mais importante do que compreender o conceito por trás da internet 1.0, 2.0 e 3.0, está a necessidade de se adequar rapidamente a essas tão aceleradas mudanças, e principalmente, a utilizar isso à seu favor. Por que, é importante compreender que foi o público o grande motivador de todas as mudanças na internet, à partir das suas necessidades, o que nos faz concluir que antes de surgir a concepção de internet 3.0, já existia o usuário 3.0.

Sendo assim, concluímos que estar atento às características deste consumidor e se adequar a elas, pode fazer toda a diferença no sucesso das estratégias utilizadas pela sua empresa.

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